Nesta secção apresentamos breves biografias de mulheres portuguesas feministas, que nos antecederam e às quais devemos hoje uma vida menos penosa, mais livre e plena, apesar das muitas mudanças que ficam por fazer na nossa sociedade.
Estas biografias foram elaboradas com base em diversas fontes de informação, no contexto das aulas temáticas "Feminismos: a longa luta das mulheres pelos seus direitos", na qual, ano após ano, desde 2006, se confirma o absoluto desconhecimento destas mulheres lutadoras, figuras chave na história recente do país, e uma lacuna evidente como referências para as meninas, jovens e adultas de hoje na construção da sua identidade.
Paula da Graça nasceu em Alenquer, no séc. XVII e faleceu em Lisboa no séc. XVIII, foi uma escritora e defensora das mulheres e ainda foi aia da rainha D. Maria Ana de Áustria. Escreveu o considerado 1º livro feminista "Bondade das mulheres vendicada e Malicia dos Homens", publicado em 1715. Pensa-se que poderá ter utilizado um pseudónimo...
Gertrudes Margarida de Jesus foi a autora da 1ª Carta Apologética em favor da defesa das mulheres publicada em 1761 e da 2ª Carta Apologética em favor da defesa das mulheres com a qual destrói todo o seu espelho crítico, publicada no mesmo ano que a 1ª Carta Apologética. Sabe-se também que lançou os Folhetos de cordel Feministas.
Adelaide Cabete nasceu em Elvas, a 25 de janeiro de 1867, proveniente de uma família modesta de trabalhadores rurais que trabalhavam na indústria familiar caseira de secagem de ameixas, trabalhos domésticos e agrícolas.
Maria Veleda (Maria Carolina Frederico Crispim), viveu entre 1871 e 1955 (84 anos), foi professora, escritora, republicana, livre-pensadora, espiritualista. Sempre se movimentou de forma a conseguir aquilo que sempre achou justo, correto e merecido para a mulher.
Ana de Castro Osório, nascida a 18 de junho de 1872 em Mangualde, escritora, pedagoga, jornalista, editora, ativista e feminista, despertou desde cedo o interesse pelo jornalismo, chegando a publicar os seus primeiros artigos e crónicas no jornal "Mala Europa", foi também escritora de diversas obras didáticas, romances, novelas, contos e peças...
Carolina, filha de Emília Clementina de Castro Barreto e Viriato António Ângelo, nasceu a 16 de abril de 1878, no distrito da Guarda. Seguiu os seus estudos na Escola Politécnica e Médico-Cirúrgica em Lisboa onde concluiu o curso de Medicina em 1902. Nesse mesmo ano casou com Januário Gonçalves Barreto Duarte, seu primo, também médico e...
Virgínia Quaresma nasceu em Elvas, no ano de 1882, e foi a primeira jornalista portuguesa, assim como das primeiras mulheres com licenciatura em Portugal. Sendo lésbica em tempos de ditadura, usou a sua profissão para dar voz às minorias, tais como as mulheres e deficientes.
Maria da Conceição Vassalo e Silva da Cunha Lamas nasceu em 1893 em Torres Novas, Ribatejo e faleceu em 1983 em Lisboa, com 89 anos. Esta foi uma escritora, tradutora, jornalista, e uma das mais conhecidas ativistas políticas feministas.
Com o decreto-lei 32:612 de 31 de dezembro de 1942 o ensino e o exercício da enfermagem passaram a ter um grande controlo por parte do Estado Novo, começando a ser exigido que o acesso à enfermagem por parte de candidatos do sexo feminino só pudesse ser feito no caso de mulheres solteiras ou de viúvas sem filhos. Para os...
Maria de Lourdes Ruivo da Silva Matos Pintasilgo, nasceu a 18 de janeiro de 1930 e em 1953, aos 23 anos, licenciou-se em Engenharia Químico-Industrial no Instituto Superior Técnico de Lisboa, sendo uma das três mulheres neste curso, demonstrando que estas também poderiam suceder neste campo. Ainda no mesmo ano, iniciou a sua carreira profissional...
"As Novas Cartas Portuguesas", escrito em 1972, insere-se num regime de ditadura, liderado por Marcelo Caetano. A sociedade era uma sociedade opressora que, condicionava a mulher, negando-lhe direitos básicos de realização e de afirmação enquanto ser humano.